Moção de apoio à mobilização da Universidades Estaduais Paulistas

A Coordenação Executiva do SinTUFABC, declara seu apoio à mobilização dos estudantes e trabalhadores das Universidades Estaduais Paulistas.

A luta dessas universidades é uma expressão das lutas no Brasil hoje. É a luta dos trabalhadores para manter seus empregos e combater a perda dos seus salários frente à inflação galopante; é a luta dos estudantes por bolsas, moradia e contratação de professores; é a luta das mães e pais por creche para seus filhos, a luta das mulheres contra a cultura do estupro e a conivência das universidades com os estupradores; é a luta das negras e negros – que são 70% entre os trabalhadores terceirizados mais precarizados, 7% entre os estudantes e apenas 0.09% entre os docentes – por cotas para que possam ingressar na Universidade pela qual pagam com seus impostos, e para que possam se manter nela com uma política de assistência estudantil; é a luta das LGBTs contra a homofobia e a transfobia;

Os reitores das Universidades reclamam que estão engessados, que não há recursos e em resposta apenas promovem cortes. Na USP há dois anos a creche não aceita novas inscrições porque não há mais professores. O Hospital Universitário já reduziu muito o atendimento porque não há médicos e estrutura suficiente.

Enquanto isso o salário dos reitores das Universidades não é afetado pela crise. Segundo o sindicato dos trabalhadores da Unicamp (STU), os vencimentos do reitor da Unicamp estão em R$51.175,36! Mais grave do que isso, no entanto, é que os reitores sequer contestam a lógica do governo Alckmin (PSDB) de impor o arrocho às Universidades. As Universidades ampliaram muito o acesso, aumentaram as vagas nos últimos anos e é preciso recursos para garantir a qualidade do Ensino, Pesquisa e Extensão e a manutenção dos estudantes nos cursos.

Em vez de trabalhar pela ampliação dos recursos os reitores se empenham em reprimir os trabalhadores e estudantes para viabilizar a precarização das Universidades. O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) vem sendo ameaçado de despejo. Processos disciplinares contra estudantes e trabalhadores que lutam, se tornaram expedientes comuns, tendo havido inclusive corte de ponto em função da adesão de trabalhadores à greve.

O SinTUFABC reconhece que há muitas semelhanças entre as lutas das Universidades Estaduais Paulistas e a situação das Universidades Federais. Ainda que os gestores das crises sejam outros – num caso Alckmin do PSDB e noutro Dilma (PT) e agora Temer (PMDB) – o projeto é o mesmo: tirar dinheiro das Universidades e daqueles que as constroem no cotidiano para garantir o lucro dos empresários e o pagamento da dívida pública aos banqueiros.

Reconhecemos também que o projeto dos lutadores da USP, Unicamp e Unesp tem muitas semelhanças com o projeto de Universidade que defendemos: um espaço mais democrático, que garanta aos estudantes o direito de estudar por meio da assistência estudantil, que garanta aos seus trabalhadores valorização do seu trabalho e reajustes que façam frente à inflação, que promova a igualdade de gênero e raça, que combata o machismo, racismo, homo e transfobia.

Por tudo isso, declaramos nosso apoio à mobilização das Universidades Estaduais Paulistas e exigimos dos reitores e do governo Alckmin que negociem e atendam às reivindicações dos estudantes e trabalhadores.

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